HáDevir

There's a Light that never Goes out'

abril 20, 2006

 

Gladios

Dois homens degladiam-se.

O seu discurso directo só admite duas verdades: a vitória e a derrota. Justificada por carência de verdade num juízo sem unanimidade, empate é palavra maldita, que elimina mérito dos contendores. Entre investidas e sequências, lutam. Esmurram-se sem dor, sofrem e tiram prazer.

Os homens viram a cara ou batem com as mãos.

A brutalidade visível espelha-se na face do admirador, daquele que tira prazer sem o saborear. De copo na mão exala violência contida, exultando-a em guturais expressões sem nexo. A violência recalca-se nos olhos daqueles que o acompanham e desviam a face, refugiando-se de tal brutalidade. Atenuada ou reconvertida, essa é a verdade. Essa é a paixão. E a verdade é que nos altera, alimentando sonhos desnexos.

Os sonhos seguem connosco.

E é deles que temos medo. Ou melhor de nós mesmos. A violência contida ou convertida em brutalidade, existe na raiz de cada um de nós… e em toda a parte. Apenas a cultivamos ou renegamos. E essa é a opção que nos sobra. Cultos renegados não obrigado. Sejamos honestos. Avançamos para a verdade de peito aberto e levamos um pero nas trombas. Mesmo que me leve ao chão e nele me estatele a sofrer.

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